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27 de junho de 2017

PATO DONALD em (mais) duas edições memoráveis: Donald Pendular 40 Anos

Atualizações: incluímos imagens e subimos este artigo para homenagear os 40 anos de um dos maiores clássicos de Marco Rota, Donald Pendular. As edições aqui mostradas podem ser compradas em nossa loja (exemplares não usados), assim como outras excelentes dessa fase. 

Impressiona como PATO DONALD consegue ser seguidamente relevante — e em econômicas 52 páginas. A edição de junho [de 2012] traz uma visita (involuntária) de Zé Carioca a Patópolis, numa produção holandesa inédita no Brasil — assim como são todas as HQs desta fase do título. Seguem-lhe o encontro de Peninha com Silva, as dificuldades de Donald em seus trabalhos temporários e no relacionamento com Margarida. E fecha com Marco Rota. Que completa 70 anos logo mais e é homenageado na edição de julho [de 2012], com uma de suas melhores HQs. Veja tudo a seguir.



Ilustração original de Marco Rota para a capa da primeira publicação italiana de Paperino Pendolare, em mai/1977.





PATO DONALD #2407
Publicação mensal, formato 13,4 x 19 cm, 48+4 páginas, lombada canoa, capa couché, miolo cor. Edição #1771. Lançada em 5 de junho de 2012.

• Capa original: Gerben Valkema (ilustração) e Michel Nadorp (layout).

• A HQ holandesa que abre a edição de junho mostra Zé Carioca aprontando em Patópolis — e colocando o policial Donald (em mais um de seus trabalhos que não duram) em maus lençóis. Os leitores que nunca tiveram contato com esse Zé holandês poderão estranhar seu estilo algo nostálgico. Mas a trama é divertida e faz jus à fama do malandro. Roteiro de Frank Jonker, desenhos de Bas Heymans e arte-final de Jules Coenen.

• Quem atormenta mais a vida do Pato Donald? Silva ou Peninha? Mas... e se eles se unissem? Esse é o mote da próxima HQ deste número (dinamarquesa, como as seguintes). Roteiro de Dave Rawson, desenhos de Cèsar Ferioli Pelaez e José Maria Manrique. Encontros entre Silva e Peninha são incomuns em Patópolis. Curiosamente, eles começaram a ocorrer nas histórias produzidas no Brasil, em meados da década de 1970, promovidos pelos roteiristas Júlio de Andrade Filho e Ivan Saidenberg.

• Para quem não está familiarizado com as agruras de Donald em seus trabalhos que não duram, Viciado em Preguiça (roteiro de Kai Vainiomäki e desenhos de Maximino Tortajada Aguilar) serve de guia prático! O tema também será destaque na derradeira edição de ESSENCIAL DISNEY, mês que vem [você pode comprar aqui ESSENCIAL DISNEY].

• A história seguinte provocará déjà vu em alguns leitores. É que essa produção, cuja trama do casal McGreal foi desenhada belamente por Tino Santanach Hernandez, foi uma das muitas referenciadas na excelente Em Algum Lugar do Passado (PATO DONALD #2398, set/2011 — que você pode comprar aqui, inclusive na versão de 2013 com detalhes editoriais alterados). Margarida provoca ciúmes em Donald fazendo-o imaginar que arrumou um novo namorado.

• Paul Halas escreveu e Marco Rota desenhou a HQ que fecha a memorável edição, Três Patos em um Barco. O leitor não deve deixar de reparar na figura que aparece no último quadrinho.

• A seção de cartas presta derradeira homenagem ao mestre Rodolfo Cimino, morto em março [de 2012], aos 84 anos. [Em ago/2012, ALMANAQUE DO TIO PATINHAS (2ª série) #9 trouxe apenas HQs de Cimino. Em 



PATO DONALD #2408
Publicação mensal, formato 13,4 x 19 cm, 48+4 páginas, lombada canoa, capa couché, miolo cor. Edição #1772. Lançada em 5 de julho de 2012.

• Capa original: ilustração de Marco Rota.

• Em setembro [de 2012], o roteirista e desenhista italiano Marco Rota completa 70 anos. PATO DONALD de julho lhe prestará significativa homenagem ao trazer uma de suas melhores histórias, Donald Pendular (Paperino Pendolare). A HQ, publicada originalmente em mai/1977 numa edição de ALMANACCO TOPOLINO, mostra as desventuras de Donald lutando contra o tempo.

• Rota também desenhou a segunda atração da edição, com Donald e Silva (roteiro do casal McGreal). A produção, dinamarquesa, estreou na Europa em agosto do ano passado [2011].

• A seção de cartas é quase inteiramente ocupada por texto com breve biografia de Rota, um dos mais notáveis seguidores de Carl Barks. A propósito, em THE DON ROSA LIBRARY #4 (Fantagraphics, EUA), abaixo da reprodução de uma capa italiana de ZIO PAPERONE por Rota, há a declaração de que Marco Rota é o artista de Tio Patinhas preferido por Don Rosa — depois de Barks, naturalmente.


A formidável página de abertura de Donald Pendular mostra, de fato, um arremedo de Milano Centrale, localizada na cidade onde Rota vive. Não é a primeira vez que essa estação ferroviária, que na Itália só perde em movimento para a romana Termini, é mostrada numa HQ Disney como sendo patopolense (abordamos isso aqui). No entanto, repare que Marco Rota, como bom seguidor de Barks, nela evoca a cena inicial de um dos maiores clássicos do Homem dos Patos, Meu Reino Por Uma Ampulheta, que a Abril acaba de relançar na COLEÇÃO CARL BARKS DEFINITIVA #9 O PAPAGAIO CONTADOR, e cuja gozação hiperbólica com Cidadão Kane nos referimos em nosso texto introdutório de TIO PATINHAS 70 ANOS, quando Patinhas lamenta que se continuar perdendo 1 bilhão de dólares por minuto irá à falência em 600 anos — no filme, Kane diz: “No ritmo de um milhão de dólares por ano, vou ter que fechar este lugar em... 60 anos”.




 

 

Acima, mais páginas de Donald Pendular. Abaixo, HQ também desenhada por Rota na linha Donald versus Silva que fecha PATO DONALD #2408.

 

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► Por Edenilson Rodrigues.
► Fontes: Acervo Planeta Gibi, Banco de Dados Planeta Gibi.
► Publicado originalmente em 2/jun/2012.
► Atualizado pela última vez em 27/jun/2017.




22 comentários:

  1. Li ontem essa hq de abertura do Pato Donald nº 2407 com o Zé Holandês e achei ótima. Gosto muito quando misturam os diversos núcleos de personagens, dessa vez o Zé estando em Patópolis. E o fato de ser uma hq do papagaio inédita para nós serviu como aperitivo para o que vem pela frente nos especiais que estão sendo programados.

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  2. Eu discordo quanto as 52 páginas na mensal do Donald, acho que a mensal deveria sim ter mais páginas, principalmente para poder trabalhar devidamente com o material italiano. Quem viu a Pato Donald nos anos 90 dividindo muito bem sua seleção entre itália/dinamarca entende muito bom.

    Da forma que ela é hoje, somente trabalhos dinamarqueses conseguem se sobresair nesse formato raquítico.

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    Quanto a seleção, finalmente Paperino Pendolare está saindo aqui no Brasil, um dos muitos marcos do trabalho do Rota, que é um dos meus desenhistas preferidos da atualidade. Já estava sentindo falta de suas HQs que deram uma sumida nas últimas edições.

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    Demorou para a Abril publicar essa HQ do Donald/Zé. Ela é de 2002. Merecia ter saindo muito antes, mas com todo aquele mimimi e caretas quanto ao Zé Holandes até me admira que ela tenha resolvido no final das contas publicar.

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    Seção de Cartas homenageando o Rodolfo Cimino? Aff.. Cimino merecia algo mais. Um almanaque do Donald ou do Patinhas só com HQs deles e com uma matéria nos moldes do Vicar. Cimino é um grande Mestre Disney.

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    Por último... eu não entendo qual é a da imagem que o Planeta Gibi postou fechando a matéria. O que é essa capa vermelha? Uma montagem que o site fez? Se foi, vcs tão melhores do que a Abril, porque essa arte ficaria muito mais bonita para representar a edição de julho do que a capa oficial de PD2408 (que é bem toscona).

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  3. Thiago, claro que também preferiria PATO com 68 páginas, assim como MICKEY. Apenas destaquei que se tira leite de pedra.

    Cimino: a programação de HQs é feita com bastante antecedência. Tenho certeza de que Maffia vai homenageá-lo (com suas HQs) em alguma edição.

    A ilustração de Marco Rota que fecha o post foi recuperada pelo Planeta Gibi da capa da edição de estreia da HQ em questão, ALMANACCO TOPOLINO #245 (mai/77).

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  4. Nossa muita novidade, concordo que deveriam ser mais páginas no Donald esperar um mês pela edição e em menos de meia hora já ter acabado......

    HAHA Peninha e Silva ansioso por esse encontro :P

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  5. Uau duas edições imperdíveis e tb memoráveis(Donald de junho e julho 2012) e assim que por mais que a HQ do Donald e Zé holandês possam ser ruim(poderão estranhar),foram tantos pedidos dos fã por sair por aqui que ai está né?:p

    Adoros as HQs do Rota,assim com também Donald x Silva(Juntando o útil ao agradável...) e QUEREMOS mais páginas sim em Mickey e Donald(Tio Patinhas)...ah E.Abril mais porque não?xD

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  6. COFRE nas 2....

    sou fanzasso do Silva, e achei acertada a escolha da 2º capa com ele!!!

    bem q podiam lançar um almanaque só com as melhores brigas do pato com o silva....

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  7. Vamos ver se as tais HQs holandesas do zé prestam. Eu olhei algumas, em scans, mas só por cima mesmo, afinal, n sei nada de holandês, e n gostei... Vamos esperar pra ver né.

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  8. Vamos ver se esse Zé Holandês presta...mas a capa está bem legal.

    e olha só, então o Maffia decidiu publicar a "História perdida" do Donald e Margarida?

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  9. Não entendo porque chamam a capa do Rota de tosca. O que é que tem de ruim? A proporção está correta, está tudo ok. Além do mais, tosco não significa ruim. Canini foi um dos mais toscos desenhistas Disney.

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  10. Não acho que o Canini era tosco, de forma alguma... Eu sempre fui fascinado pelos desenho dele, mesmo antes de saber quem era... O que ele tem é um estilo muuuuito diferente dos demais desenhistas de quadrinhos Disney. Posso até ser apedrejado por essa opinião, mas se for comparar eu considero o Tony Strobl sim tosco! Nunca consegui gostar daquele estilo onde tudo é reto e quadrado e os desenhos simples demais, sem detalhes. O carro do Donald do Strobl, por ex, era horrível... Helicóptero pra ele era um cubo com janelas e hélice... Nosso Canini dava de 10 nele!!

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  11. Também concordo com o Luciano!;)

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  12. Tosco = bruto, rude. Não significa "ruim".

    De qualquer modo, adorei a capa do Rota.

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  13. Quando alguém fala que determinado traço é "bruto, rude", meu caro, com certeza não está querendo dizer que é bom. Tanto é que eu normalmente prefiro usar o termo "rústico" porque gosto de desenhistas Disney que são considerados "toscos". Alguns, injustamente.

    Mas utilizando o mesmo contexto que foi usado pro Marco Rota, Canini é tosco, sim. Só perde pro Bob Gregory.

    É isso, garotada.

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  14. E um adendo: Canini foi fundamental dentre os artistas que definiram o estilo das histórias do Zé. Mas se fosse em qualquer outro país, Canini jamais trabalharia como desenhista Disney. Primeiro, por seu traço em estilo mais básico e segundo, porque era limitado para desenhar personagens que não fossem da turma do Zé.

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  15. Afirmar que algo é "rude" não significa que seja ruim. Eu mesmo vivo falando que o traço do Chester Gould em Dick Tracy é bastante bruto e duro, mas tremendamente expressivo e comunicativo... Mas enfim.

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  16. Canini foi o melhor artista brasileiro a trabalhar com Disney.... e seu traço diferenciado é uma obra-prima!!!

    pra "tosco" não serve...

    mas gosto é gosto, né??

    respeito mto os demais artistas brasileiros (e mundiais), mas Canini pra mim é insuperável (um dos TOP 5 Disney de todos os tempos - considerando o MUNDO)!!!

    eu cofraria fácil uma coleção de luxo com todas as histórias dele....

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  17. Que não me entendam mal: eu amo Canini. Mas é pra mostrar como alguns leitores não têm critérios para analisar/julgar o trabalho de muitos desenhistas Disney. É sempre do jeito mais superficial, guiado estritamente pelo gosto pessoal. Só é bom se for desenho redondinho italiano.

    Não se pode, sem qualquer embasamento, falar que Canini desenha melhor que o Strobl ou o Rota faz desenho tosco. É total falta de bom senso.

    That´s all folks!

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  18. mas eu não gosto de gibis italianos (salvo raras exceções)....

    e eu deixei bem claro q minha opinião acima é estritamente PESSOAL (qdo falei em 1º pessoa: "pra mim", "eu acho", etc)!!!

    "superficial" é simplesmente dizer q Canini é "Tosco"... desconsiderando q ele é consagrado por uma legião de fãs (eu incluso) q certamente discordarão da SUA opinião sobre o artista!!!

    não me entenda mal (não estou brigando, rs)...é direito seu não gostar do Canini.... como tbm é direito meu não gostar do Casty, do caslzinho MacGreal, e do zé carioca dos anos 90 (talvez as 3 coisas q eu menos goste na Disney):

    mas convenhamos, né?

    q "embasamento" VC teria (q eu tbm não possa ter) pra sustentar sua opinião?? a não ser (unicamente) seu gosto pessoal qto ao traço do artista??

    a minha eu justifico afirmando q o Canini tem um estilo próprio... ao contrário do Rota, por exemplo q tenta "EMULAR" o Barks. Gosto da arte do Marco Rota, mas valorizo mto mais o Canini por não tentar seguir o estilo de ninguém!!!

    a verdade é q a NOSSA opinião é tão "PESSOAL" qto a de qq outro leitor nesse caso....

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  19. Por isso que eu já me preveni antes escrevendo: "Posso até ser apedrejado por essa opinião..." e depois falei mal do Strobl... hehehe...

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  20. Nossa, o traço do Rota é TOTALMENTE diferente do do Barks, inclusive ele usa cores, sombras e figurantes/backgrounds de uma maneira bem peculiar e nada parecida com Barks.

    Acho que você quis dizer Daan Jippes, ou outro artista mais parecido com o Barks. O Rota tem uma identidade totalmente própria dele e nem o Donald dele parece muito com o do Barks (redondo, braços gordinhos etc.)...

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  21. Quando a gente analisa um desenhista o embasamento é o mesmo usado para as outras artes: o quanto ele domina a técnica. O que não impede de gostar de outros autores que não sejam tão técnicos mas compensam tendo outras qualidades. Quando você considera essas outras qualidades, aí sim é estritamente o tal gosto pessoal.

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  22. Tai algumas boas dicas de releitura. :)

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