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29 de maio de 2011

BOLINHA #1 — mai/11 (e um retrospecto editorial)

Por E. Rodrigues & Rivaldo Ribeiro

BOLINHA volta a ter seu gibi nas bancas depois de mais de 18 anos (disponível aqui). A edição de reestreia é baseada na excelente seleção do encadernado LITTLE LULU SPECIAL COLOR (Dark Horse, set/06), com HQs publicadas originalmente em MARGE'S LITTLE LULU até meados da década de 1950. Dentre as seis histórias, temos a origem do pentelho primo Carlinhos, o Aranha, Bolinha, Alvinho e Lulu aprontando na praia... Só faltou o marciano Mino para compor a vitrine de estreia, mas o personagem só irá aparecer quando a Ediouro passar a trazer HQs do título original do menino.


A CRIAÇÃO
Luluzinha foi criada por Marjorie Henderson Buell, a Marge, e estreou em 23 de fevereiro de 1935 numa gag publicada no jornal The Saturday Evening Post. A nova criação entrava no lugar de Pinduca (ou Carequinha; ou Henry, em inglês — de Carl Anderson), que passara a ser distribuído pela King Features Syndicate.

Em junho de 1945, ganhou seu primeiro gibi: a edição #74 de DELL FOUR COLOR, com roteiros e desenhos de John Stanley — que logo faria parceria com Irving Tripp. A dupla foi a responsável pelo desenvolvimento da personalidade da turma e, consequentemente, de sua popularização.

OS QUADRINHOS NOS EUA...
Após mais nove edições da FC, Lulu ganhou seu título independente, com numeração reiniciada (diferentemente de outros personagens que começaram estampando títulos na FC e que, quando ganharam seus próprios gibis, tiveram numeração continuada, como TIO PATINHAS, POPEYE, o próprio BOLINHA..., numa situação decalcada depois pela nossa DIVERSÕES JUVENIS leia aqui sobre ela e veja as primeiras capas de BOLINHA pela Abril).

MARGE'S LITTLE LULU foi até a edição #268 (1984). E além dos dez números de FOUR COLOR, estrelou mais 21 edições especiais (gigantes, anuais, temáticas etc.) e algumas edições do gibi MARCH OF COMICS.

BOLINHA também ganhou edições de FC e teve título próprio, TUBBY, contabilizando 49 edições com seu nome na capa, entre 1952 e 1961.

A americana Dark Horse vem reeditando esses gibis de forma integral e cronológica, em encadernados trimestrais com cerca de 200 páginas cada. LITTLE LULU já está no volume 27 (contemplando todos os números de FOUR COLOR e de MARGE'S LITTLE LULU de #1 a 135, mais dois especiais anuais) e TUBBY, no terceiro (até a edição #18 original).

...E NO BRASIL
Em forma de gibi, apenas duas editoras até agora tinham levado Lulu e sua turma às bancas.

A pioneira O Cruzeiro editou pouco mais de 400 revistas, entre julho de 1955 e final de 1973. Entre seus títulos, houve LULUZINHA, BOLINHA, O CRUZEIRO INFANTIL e especiais.

A Abril lançou LULUZINHA em julho de 1974 e BOLINHA um ano depois, dentro de DIVERSÕES JUVENIS, no princípio. Muitos números, almanaques e especiais depois, o 473º e derradeiro título da Abril chegou às bancas em julho de 1995: LULU E BOLINHA #6. O gibi "solo" de Lulu já havia sido cancelado em jan/93 (#221). O de Bolinha, dois meses antes (#194).

A PRODUÇÃO BRASILEIRA
Quando na Abril, LULUZINHA e BOLINHA figuraram por bom tempo entre as revistas (de qualquer tipo; não só de quadrinhos, note-se) mais vendidas do país. Não à toa, os estúdios da editora paulistana produziram (nos cálculos do Planeta Gibi) mais de 1.300 páginas de quadrinhos da turma — tudo para suprir a escassez de HQs inéditas norte-americanas e reduzir as republicações que aumentavam a cada edição. A primeira HQ brasileira da turma saiu em LULUZINHA #88 (out/81).

Os originais brasileiros foram despachados para a Western Publishing, então licenciadora norte-americana, ao final do contrato com a Abril — os filmes, é lamentável informar, tiveram que ser destruídos pela Abril por determinação da Western. É difícil dizer se a Dark Horse será bensucedida em localizar esses originais, mesmo porque o Planeta Gibiaté mostrou aqui, tempos atrás, que alguns deles estavam à venda no eBay.

Há uma porção de curiosidades e números envolvendo essas publicações por aqui. Voltaremos a elas oportunamente.


BOLINHA #1
52 páginas coloridas, formatinho 13,5 x 19 cm, R$ 3,10
Pixel Media, revista mensal, mai/11

Roteiro e arte de John Stanley e Irving Tripp
Descreening e letreiramento: Clene Salles, Júlio de Andrade Filho e equipe


O Primo Carlinhos
LL063-8/53-9, 8 páginas. Cousin Chubby. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #63, set/53. HQ que marca a estreia de Carlinhos, o primo de Bolinha — seu clone em miniatura. Dona Marieta manda o filho apresentar Carlinhos para seus amigos. Bolinha não gosta nada da ideia e tenta se livrar do menino no caminho. Mas não será nada fácil.

Os Brincalhões
LL004-2/48-7, 6 páginas. The Practical Jockers. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #4, jul/48. História com arte de John Stanley. Bolinha compra uma máscara para divertir os amigos, mas parece que todos tiveram a mesma ideia.

O Baú do Tesouro
LL036-2/51-6, 14 páginas. Pieces of Eight. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #36, jun/51. Luluzinha, Bolinha e Alvinho na praia. Depois de muita confusão por causa de um cachorro quente, o menino ranzinza acaba encontrando um baú enterrado na areia.

A Babá do Bolinha
LL081-2/55-3, 7 páginas. Tubby Sitter. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #81, mar/55. Seu Ricardo e Dona Marieta darão um passeio à noite e chamam Luluzinha para tomar conta de Bolinha.

O Caso do Barulho Misterioso
LL086-2/55-8, 6 páginas. The Case of the Mysterious Noise. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #86, ago/55. O Aranha surge novamente. Coitado do pai de Lulu...

A Limonada
LL102-4/56-12, 4 páginas. [Ice Cole Lemonade 5 Cents]. Publicada pela primeira vez em MARGE'S LITTLE LULU #102, dez/56. Historinha sem palavras. Luluzinha está vendendo limonada e os meninos vão querer tapeá-la.



Capa original: TUBBY #15 (jan/56)
Indexação: Planeta Gibi










What if...

11 comentários:

  1. Porque na versão do Planeta Gibi as capas são sempre mais bonitas/tendo mais sincronias?kkkk!:D

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  2. Oi, que postagem maravilhosa. Que o gibi do Bolinha seja bem vindo, pois esse personagem é super legal. Essa iniciativa de trazer Luluzinha e Bolinha de volta às bancas,é excelente e me faz pensar na memória dos personagens esquecidos ou engavetados. Bem, mas isso, é outro assunto... Vou colecionar Bolinha, com muito orgulho e satisfação. Abs. Paulo

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  3. Eu lia as hsitórias do Bolinha e Luluzinha na minha infância e até hoje ainda vejo gente usando o mote do clube do Bolinha "Mulher não entra", se eu tivesse um clubinho ia colocar em letras garrafais SÓ ENTRA MULHER rsrsrs

    Abração galera do Planeta Gibi

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  4. Não é nenhum exagero nosso: as HQs são excelente diversão pra qualquer idade. Dá gosto ler isso.
    E.Rodrigues

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  5. A volta de Luluzinha e Bolinha é um marco. Ver suas aventuras num gibi novinho... é um privilégio que muitos ainda não estão percebendo. Uma maravilha, não tem como dizer menos que isso: maravilha. Abs. Paulo

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  6. Desculpe o comentário fora do assunto do post mas acabo de ser surpreendido por uma excelente noticia:o meu jornaleiro me apresentou o Disney Gigante que havia sido prometido pela Abril para junho.Pois é, pro meu bolso junho já começou....mas dinheiro não é tudo na vida!
    Abraços
    Zerramos

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  7. É verdade, Zerramos.

    Estamos com ele em mãos. Lindão, esse gibi. Vamos fazer um post dele até o fim da semana, com fotos também de edições da coleção italiana.

    Abraços.

    E.Rodrigues

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  8. Considerando a excelente penetração e visibilidade que o Planeta Gibi Blog tem, gostaria de inicialmente felicitar e agradecer a Ediouro pela volta de Bolinha e Luluzinha, dois personagens que fizeram parte da parte literária da minha infância. Deixo, porém uma ressalva: O redimensionamento dos quadros faz com que percamos boa parte da sensação de profundidade dos desenhos originais presentes nas edições publicadas anteriormente pela Abril. Parte do desenho de fundo e das paisagens desaparece, tornando os personagens maiores, porém com desenho de aspecto mais simplista. Acredito que deva haver uma razão (talvez comercial ou técnica) para isso. Deixo apenas anotado que é algo perceptível e menos agradável (ao menos para mim). De qualquer forma, são personagens queridos e bem-vindos e torço pelo sucesso dos dois títulos.

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  9. Oi, Cesar. Tudo bem?

    Na verdade, a Ediouro publica as HQs exatamente como sairam originalmente nos EUA, a partir do material recuperado pela Classic Media / Dark Horse.

    A Abril é que adaptava (algumas) HQs. Em alguns casos, diminuindo de 4 para 3 tiras por página (dei até o exemplo disso num dos posts da Lulu, comparando um LULU E BOLINHA ESPECIAL com uma edição da Cruzeiro, da década de 1960).

    Adaptações semelhantes a editora fez com os quadrinhos Disney. Recentemente tivemos o exemplo com a Dinastia Pato.

    Abraço.

    E.Rodrigues

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  10. Me lembro quando eu vi este episódio do baú do tesouro (com Lulu, Bolinha e Alvinho) num exemplar de 79 da revista da Lulu editada pela Abril.
    E me lembro da cena da confusão envolvendo o Alvinho e um siri que pegou o hot-dog do menino, quando os dois estavam se pegando no fundo do mar, e a Lulu ao ver aquela cena, pede desesperadamente ao Bolinha: "Bolinha do céu! Faça alguma coisa!" (segundo a tradução da Abril)

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  11. Parabéns a Ediouro por trazer os bons tempos de volta. Eu liguei para eles e fiz algumas críticas construtivas em relação a qualidade do acabamento das revistas e imagino que alguns leitores também devem ter percebido que: (1) As capas das revistas são muito finas e por mais que voce leia com cuidado é fácil amassa-las por serem de pouca gramatura. (2) A capa sempre vem menor que o miolo, é como se faltasse uma tira ou em cima ou embaixo da capa, o que dá a entender que está sendo guilhotinada separadamente do miolo ao invés de tudo junto. (3) O número do exemplar vem escrito de forma muito técnica junto ao código de barras, o ideal seria vir separado, destacado com contornos mais cômicos pois todo colecionar gosta sempre de estar conferindo a numeração e também fica mais atrativo as crianças.
    (4) melhorar a intensidade das cores no miolo(sobre o papel jornal) pois assim a revista fica mais alegre sem aquele aspecto desbotado. Outras sugestões seria a Pixel abrir espaço para propagandas de terceiros(alimentos, roupas, brinquedos, etc) além de contribuir financeiramente com a revista, evita propagandas muito repetitivas e toma aquele ar dos bons tempos dos quadrinhos. Agora muito importante é a pixel, ao passar dos anos, nunca relaxar com a qualidade e nunca diminuir as páginas dos gibis, assim como fez a editora abril, que por causa dessa prática acabou condenando ao fim seus quadrinhos. Leitores e colecionadores gostam de qualidade. Em termos de material gasto na impressão de uma HQ, o custo é muito barato, na casa dos poucos centavos, não é uma pequena melhora na qualidade que vai gerar prejuíso. No final da revista tem os telefones de contato, um deles é o (21) 3882 8300, sugiro aos
    leitores que liguem lá e peça pra falar, de preferencia, com o editor chefe Daniel Stycer e façam essas cobraças, só assim vai surtir algum efeito. Agora só pra finalizar, não recomendo que comprem numeros atrasados no site das lojasingular. Cotei o frete para 2 unicos gibis de 40 gramas e R$3,10 cada e o frete mais barato saiu por absurdos R$14.00, sendo que a carta registrada dos correios para até 500 gramas custa apenas R$4,00. Esse site é um verdadeiro festival de amadorismo e falta de respeito ao consumidor.

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