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6 de maio de 2009

Com a roupa do corpo

Por José Rivaldo Ribeiro

Que o Homem-Aranha, o Super-Homem e o Lanterna Verde usem sempre a mesma roupa, é bem compreensível. Claro, pois trata-se da composição de suas identidades visuais (repaginada de tempos em tempos para quebrar a monotonia - ainda bem). Mas quando estão à paisana, esses personagens costumam trajar-se como pessoas da vida real, ou seja, têm um guarda roupa variado.

Mas, o que dizer dos personagens sem superpoderes, como Tio Patinhas, Cebolinha e Luluzinha? Obviamente que suas roupas do 'dia-a-dia' igualmente fazem parte de suas identidades visuais. E já que pertencem a universos infanto-juvenis, com frequência seus leitores mirins perguntam se por acaso eles não têm outra roupa para vestir (o que costuma render boas piadas nos quadrinhos da Turma da Mônica, diga-se, tão afeitos à metalinguagem são seus artistas).

E não é que alguns deles têm, mesmo? Quando Carl Barks criou o Tio Patinhas, em 1947, pintou-lhe a casaca de azul - cor mantida por seu seguidor, Don Rosa, e pela série animada DuckTales. Em algum momento, porém, a editora americana mudou a cor para o vermelho, que acabou sendo usada também no Brasil (mas há exceções: a Saga, por exemplo, foi publicada com a cor original de Don Rosa). Outros países, como a Itália, mantêm o velho sovina de azul (ok, a roupa é a mesma, só muda a cor - mas pelo menos já é alguma coisa!).


No caso de Mickey, a coisa é mais variada: de calção vermelho (clássico) nos desenhos animados e em várias HQs, inclusive aquelas ainda em produção na Holanda, até roupas mais casuais (boné incluso) e mais 'sérias' (quando atuando como detetive).

Zé Carioca também costuma trocar de roupa de vez em quando, pelo menos no Brasil. Criado em 1942 para estrelar desenhos animados ao lado de Donald e Panchito, manteve sua calça azul e seu paletó marrom, devidamente paramentados por chapéu e guardachuva, durante mais de duas décadas. Mas na década de 1970 os artistas brasileiros deram-lhe trajes mais casuais - e mais adequados para o calor tropical, claro. Na década seguinte, o visual clássico retornou. Mas por pouco tempo: alguns anos depois, o papagaio passou a se vestir mais informalmente ainda, com direito a tênis e boné virado para trás. Curiosamente, as histórias criadas até hoje na Holanda obedecem mais ou menos o visual clássico.

Já o Pato Donald veste-se de maneira mais curiosa: para as capas de seus gibis, usa o icônico uniforme azul de marinheiro - presente da Vovó Donalda! Mas, ao virar a página, ele já está usando um uniforme menos chamativo, em preto.

E a Margarida? O sucesso de seu gibi, lançado pela Editora Abril na década de 1980, deu-lhe um privilégio pouco ou nunca visto para um personagem infanto-juvenil: a cada edição ela surgia com um modelito diferente! Apenas nos primeiros cinco números é que ela apareceu com sua roupa básica, preta e rosa.



Mudando de universo, não podemos nos esquecer do 'Espírito-que anda'. O suspeito uniforme lilás do Fantasma foi substituído no Brasil, por décadas, por outro vermelho. Na verdade, parece que ele foi beneficiado por uma falha de impressão, na década de 1950.

Na Turma da Mônica, a exceção fica para Tina e seus amigos, cujas vestimentas procuram acompanhar a moda. Então é normal vê-los com roupas diferentes de uma história para outra. Agora, difícil deve ser ficar perto do Cascão. Porque mesmo sem tomar banho, ele nunca tira aquela roupa amarela e vermelha!

Um comentário:

  1. Muito interessante essa postagem. Não sabia desses detalhes na cor da casaca do velho Patinhas...

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