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17 de maio de 2010

Revista Mônica: 40 Anos

Por José Rivaldo Ribeiro & E. Rodrigues

A revista Mônica completa 40 anos neste mês. É o quinto gibi mais antigo ainda em circulação — só perde para O Pato Donald, Mickey, Zé Carioca e Tio Patinhas.

Não se engane: o número 41 estampado na capa de maio é apenas um "apelido". A edição deste mês é a de #487!


Primeira revista em quadrinhos a estampar a árvore da Abril na capa depois dos títulos Disney, Mônica chegou às bancas em maio de 1970 (reza a lenda, até com comercial na televisão).

A histórica edição ganhou três republicações. A primeira, no verso da edição comemorativa de dez anos da revista, em abril de 1980. Pela primeira vez Mônica teve lombada quadrada. O gibi especial veio com 132 páginas e capa plastificada.

Muito tempo depois, já na Globo, o gibi teve uma versão para livrarias. Lançada em 2002, com lombada quadrada, capa cartonada, miolo em couché e HQs repintadas, esta foi a única reprodução que procurou trazer também as propagandas originais.

Mas, assim como a edição incluída na caixa Coleção Histórica Volume 1 (Panini, set/07), tampouco pode ser considerada um fac-símile.

Fica mantida, portanto, a aura do #1 original.



As capas acima, todas da Abril, mostram a evolução do traço dos personagens de Mauricio. Muitas delas foram reproduzidas nos gibis da Turma lançados na Europa na década de 1970 — como a do canto inferior direito, #62 (jun75).

Também era farta a distribuição de brindes: de pôsteres a miniaturas, de cartelas do jogo Bingola Disney (das históricas tampinhas de Coca-Cola) aos famigerados adesivos fofinhos Cole e Descole (que acabavam com as capas das revistas!).

Encontrar hoje esses brindes é pura sorte, e quando algum aparece logo vira alvo dos colecionadores.


Outra seleção de capas da Abril. Destaca-se aqui a formidável edição #100 (de verdade), de agosto de 1978. Ao seu lado, outra edição histórica — mas apenas para um dos redatores deste blog: lá está publicada sua ingênua cartinha (jan/79)!


Mais algumas edições da Abril, muitas delas históricas. A primeira (no canto superior esquerdo) é Mônica #118, de fevereiro de 1980, quando todos os gibis da editora passaram a adotar o hoje popularmente conhecido "formatinho", estreado no mês anterior em Pato Donald #1470 (ok, quase todos: Disney Especial, por exemplo, manteve-se no formato Pato 13,5 x 20,5 cm).

Depois, temos a edição #149 (set/82), a primeira com 84 páginas e lombada quadrada.

A terceira capa do painel é de dezembro de 1986. A 200ª e última edição da revista pela Abril trazia de brinde uma agenda — também item de colecionador, o livreto trazia tirinhas clássicas da turma.

O gibi com Mauricio na capa, #171, comemorou os 25 anos de carreira do cartunista. Precisamente em julho de 1984. Curiosamente, um ano e meio antes Mauricio já havia aparecido fotografado na capa da edição comemorativa de 10 anos do gibi Cebolinha.

Também é curioso notar como as comemorações nos anos 1970 e 1980, não só da Turma, mas também dos gibis Disney, em geral eram bastante modestas.


Quando anunciada a mudança para a RGE, a grande questão para os colecionadores era: e o papel? A diferença de qualidade gráfica entre as duas editoras era nítida. Maurício permitiria que seus personagens fossem impressos naquele papel de qualidade tão inferior?

Pois quando Mônica #201... ou melhor, #1 chegou às bancas em janeiro de 1987, notou-se um grande esforço da RGE — então renomeada para Editora Globo — em melhorar a qualidade de impressão (infelizmente, o upgrade não valeu para as demais publicações da casa, como Fantasma, por exemplo).

A curiosidade que cerca Mônica #8 (ago/87, a segunda capa do painel acima) é bastante conhecida. Em meados dos anos 1990, a biblioteca Mauricio de Sousa fez uma campanha nas revistas da Turma para arrecadar exemplares da edição, que por algum motivo não constava de seu acervo.

Na edição #200 da Globo (fev/02) o layout da capa sofre pequena alteração. O logo da revista é reduzido para comportar, ao seu lado, a carinha da personagem (e ajudar os leitores a identificarem o gibi mais facilmente nas bancas).

Mônica #232 (out/05) comemora os 70 anos de Mauricio. A edição seguinte trazia a estreia de dois personagens que vinham complicar bastante a vida da Turma, o Professor Spada e o Doutor Spam. Os personagens continuaram a "inclusão digital" da turma, iniciada antes com Bloguinho.

A última edição do gibi pela Globo nada tem de especial ou marcante. Até sua capa é um mero remake (de Mônica #33, Globo, set/89).

E por falar em última edição, é bastante curioso notar que seu número não é o 240 que se poderia esperar (depois de exatos 20 anos na Globo). Ocorre que o gibi teve algumas edições quinzenais. Mais exatamente, são elas: #140 a 143 (ago/98 a set/98), #157 e 158 (nov/99), #169 e 170 (out/00), #181 e 182 (set/01) e #193 e 194 (ago/02).


Desde janeiro de 2007, os gibis da Turma são publicados pela Panini (todas as capas de Mônica, acima e abaixo). Com exceção das capas #1 e #2 (que brinca com a da edição #1 de 1970, por sinal), as ilustrações abandonam as piadinhas, passando a chamar a HQ principal do gibi.

A estreia na editora trouxe novos ares para as publicações de Mauricio. Capas mais caprichadas, boa qualidade gráfica e dezenas de títulos, com destaque para o resgate de material histórico dos anos 1960 e 1970: Coleção Histórica Tiras Clássicas, além de um especial comemorativo dos 50 anos de Bidu, contendo um fac-símile do primeiro gibi de Mauricio. E espera-se, ainda para este ano, a reedição das páginas da Folhinha de S.Paulo de Horário, além de Pelezinho.


Durante toda esta semana o Guia dos Quadrinhos dará destaque a capas de Mônica, de todas suas fases. Acompanhe.

15 comentários:

  1. 40 anos da revista Mônica? Puxa, parece que foi ontem que passei numa banca de jornal e vi uma revistinha com a turminha em volta de uma árvore de natal (l972/3), e gastei minhas primeiras moedas investindo em histórias em quadrinhos. Que post mais interessante. A trajetória da revista nas três editoras, com detalhes e curiosidades marcantes... Parabéns pelo excelente blog, e pela agradável matéria. Paulo Gibi.

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  2. Excelente matéria. Vale o comentário sobre comentários: Parabéns pelo fim dos comentários anônimos. Um post de alta qualidade como este seria criticado sem qualquer base por trolls com intenção de causar polêmica.

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  3. Parabéns pela matéria! Já amei muito a Monica na época da Editora Abril, mas, na editora Globo, aos poucos, fui perdendo o interesse. Hoje, em se tratando de Monica, faço o mesmo que com a revista Mickey: folheio bem, olho muita coisa para saber se vale a pena levar.
    Curiosamente estou gostando muito da revista que tem o título "A turma da Monica" e também de Chico Bento (eu nem ligava muito para ele antes).
    Parabéns! Vida longa ao site.
    todas essas capas vocês tem disponíveis??? Pergunto porque eu tinha aquela revista da Monica cm roupa de ginástica e o Jotalhão ao seu lado e ela era fantástica!!!
    Abraços. FAbianoCaldeira.

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  4. Exelente máteria..sou fã dos gibis da Turma da Mônica até hoje!!atualmente dando mais valor aos quadrinhos Disney..mais tenho mais gibis da turma!gosto principalmente das HQs dos aos 80 & 90 onde os traços era muito mais escuros e as hqs mais criativas(acho)!parabéns aos blog que tanto gosto e ao gibi da Mõnica que ao meu vê deveria ter uma edição especial sobre o tema!hehe:D

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  5. Muito boa matéria. É impressionante os gibis do Mauricio de Sousa ainda chamarem tanto a atenção da criançada, tantos anos depois.

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  6. Fabiano, as revistas mostradas aqui são de nossas coleções pessoais, sim.

    E o Erico tem razão: Mauricio consegue uma coisa muito difícil, que é manter gibis infantis em circulação por gerações seguidas.

    Valeu, pessoal! : )

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  7. Esse sim é um post da verdadeira turminha do Brasil! Nada de patos ou ratos falantes (onde já se viu tamanho absurdo?). Pato azarado, pato sortudo, pato milionário? Pato só nada na lagoa. Ariel Dorfman já desvendou essa farsa faz tempo e ainda tem mais:

    1. Os Estúdios Disney sempre foram racistas. Apenas patos brancos em Patópolis é uma alusão disfarçada à supremacia branca. A Warner foi a unica empresa, demonstrando sua responsabilidade social, a lançar um pato preto. E, como se não bastasse, nos anos noventa lançou até um patinho verde!

    2. Fã de Disney é tudo pagodeiro. Pensando nesse público que foi lançado recentemente o CD "Disney Adventures in Samba", com vários astros desse estilo musical onipresente.

    3. Lembram da série "Melhores histórias escolhidas por..."? Pois vejam o tipo de pessoa típica leitora de Disney: Faustão, Mara Maravilha, Gugu, grupo Polegar, Fábio Jr. Quem quer partilhar gosto com esses cidadãos???

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  8. Simplesmente ridículo o comentário do Lucrécio...

    Walt Disney...racista? Patos "negros"? É mais absurdo um rato falante que uma menina que come como um monstro e não engorda ou um garoto que não toma banho nunca????

    Não dá nem para acreditar em certas coisas que a gente lê na internet. Viva a liberdade de expressão!!

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  9. Bom dia Pessoal do Planeta.
    Excepcional matéria, parabens!

    Legal voces removerem os anônimos, mas na minha opinião acho que deveriam somente deletar os comentários preconceituosos, não só de anônimos mas de cadastrados também, é o caso do colega logo acima. É o comentário mais sério e mais rídiculos que já li desde que conheço a internet!

    Eu, como milhares depessos nesse Brasil e no mundo, e os donos desse blog são fãs e colecionadores fervorosos de Pato donald, Mickey e toda a turma de Patópolis.

    O colega Lucrécio parece que não ler o este blog, se lesse veria que que está discriminado a todos daqui. Além dos fãs de pagode!

    Sou fã de Disney sim, adoro os personagens Disney e turma da Mônica também, somente um jumento para levar a sério o que fazem os personagen. Sim, Cascão não toma banho, Magali come demais, Mickey, Pateta, Donald..., todos falam.
    Superman voa, Homem aranha anda pelas paredes... e por aí vai.

    São assim há 70 anos e serão assim por mais 70, 200 anos.
    Para mim isso se chama magia.

    Se Walt Disney era racista era um problema dele.

    Eu, nada tenho contra quem gosta de pagode, não me agrada, rídiculo a sua observação.

    Lamentável.

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  10. OLá, bom dia! Concordo com o Vinícius. Apenas reitero que da mesma forma como nos expressamos, eles tb tem o direito a publicar suas opiniões que, ao meu entender, foi dentro do tolerável (ao contrário de certas postagens anonimas).
    Preciso de tempo para olhar as revistas da Monica, as mais antigas, no Planeta Gibi. Parecem estar em ótimas condições de conservação. Na minha opinião, as décadas de 70,80 e 90 foram as melhores, mas, minha opinião não conta muito porque hoje em dia eu dificilmente compro a revista Monica e sim a "Turma da monica".
    Abraços. Parabéns pela matéria à revista e gostaria de sugerir que UM DIA falassem um pouco do filme "A princesa e o robô". Sei que o site é sobre revistas, mas, na medida do possível, poderia dar uma canja...rsrsrs....
    Abraços. FabianoCaldeira.

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  11. Pô gente, se toca! O Lucrécio tá tirando um sarro pra ver se aparece um monte de gente chiando. E parece que deu certo - mesmo SEM anônimos.

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  12. Ainda bem que o sujeito estava ironizando, não?

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  13. Belo post! Também tenho a "minha" edição histórica, só que bem mais recente, ed. 190, fev/86, na onda do cometa Halley!

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