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19 de outubro de 2011

Os Metralhas: 60 Anos

Por E. Rodrigues & Rivaldo Ribeiro

Os vilões mais famosos dos quadrinhos estão para completar 60 anos. Foi em nov/51 que saiu a HQ de Carl Barks onde os Metralhas apareceram pela primeira vez, num único e derradeiro quadrinho de O Vil Metal e os Vilões. Desde então, foram centenas e centenas de histórias, com muitos integrantes, primos e outros parentes destrambelhados. A coroação do sucesso veio com a animação DuckTales. Difícil lembrar de outro personagem surgido como vilão que tenha acabado tão popular, a ponto de ganhar títulos de revistas pelo mundo. 

Primeira aparição dos Metralhas: somente no último quadrinho de O Vil Metal e os Vilões, de Carl Barks

E depois de uma segunda aparição na revista WALT DISNEY'S COMICS AND STORIES, os meliantes foram os antagonistas de uma história mais longa, também de Barks, que inaugurou o título de Tio Patinhas nos EUA. Uma das melhores HQs já produzidas, Nadando em Dinheiro (Only a Poor Old Man) saiu em março de 1952 na edição #386 de FOUR COLOR, posteriormente considerada UNCLE SCROOGE #1. A última vez que a vimos foi em O MELHOR DA DISNEY #5 (2004).



Coletânea de treze HQs brasileiras com sátiras históricas e literárias estreladas pelos Metralhas: EDIÇÃO DE LUXO #2, nov/89

E a História não dependeu só de Pateta para ser recontada (ou avacalhada!). A bem da verdade, antes de Pateta Faz História os quadrinhos Disney já haviam inaugurado uma série de sátiras semelhantes. Foi aqui mesmo, no Brasil, e com os Metralhas. Nos anos 1970, Ivan Saidenberg e Carlos Edgard Herrero iniciaram uma duradoura sequência de HQs, passando por O Poderoso Chefão, Robin Hood, Ali Babá, Os Três Mosqueteiros etc.



A Volta do Zé Carioca, de Jorge Kato, publicada em março de 1960

Produção nacional incluindo os irmãos temos desde a década de 1950. Pois foi o precursor Jorge Kato quem primeiro os desenhou no Brasil, em A Volta do Zé Carioca (vista recentemente em DISNEY BIG #4).




Parentes famosos: o Vovô Metralha e o Azarado

Os artistas brasileiros, por sinal, muito aproveitaram os membros distintos da família de vilões. O Azarado 1313, por exemplo, foi desenhado por Kay Wright em 1971 para um gibi do Superpateta. Depois disso, apareceu em dezenas de produções nacionais (e só nelas).



O que faria uma mãe típica numa enternecedora situação como esta? A resposta é fácil: mandaria um email para a Editora Abril pedindo a republicação urgente dessa pérola

Já Os Metralhinhas figuraram em muitas histórias americanas (e também italianas e dinamarquesas) antes de serem desenhados também nos Estúdios Abril. A estreia se deu pelas mãos de Tony Strobl, em 1965, na HQ Esse Instinto Maternal (vista em NOVO DISNEY ESPECIAL #7, 2002). Sempre Alerta... Pra Enganar o Próximo foi a primeira brasileira, de 1972 (Carlos Alberto Paes de Oliveira e Primaggio Mantovi). Dois anos depois, os traquinas seriam caçados pelo Zorrinho, na primeira aparição desse míni herói (que vale por três: Huguinho, Zezinho e Luisinho) em A Marca do Zorrinho, de Saidenberg e Irineu Soares Rodrigues (publicada pela última vez em DISNEY ESPECIAL REEDIÇÃO #91, 1996).



A primeira das vinte EDIÇÃO EXTRA com os Metralhas (nov/74)...


Também o mano Intelectual deu muito as caras por aqui. Surgido em 1967 numa HQ de Vic Lockman e Pete Alvarado, cinco anos depois começou a aparecer em sucessivas histórias da dupla Saidenberg-Herrero. E continua na ativa, nos quadrinhos italianos, diferentemente daqueles que desapareceram com o fim das produções brasileiras e americanas, como o Azarado, Primo Cientista, Tio Zero, Supersensível, Sherlock Metralha, Primo Descarado, Terceiro Milênio-3000, Dedo-Duro-123, Meio-Quilo-1/2 e tantos outros que surgiam aos borbotões nas páginas de O PATO DONALD e ZÉ CARIOCA nos anos 1970, aumentando ainda mais a popularidade dos atrapalhados vilões. Não por acaso, Os Metralhas foram os campeões de títulos da EDIÇÃO EXTRA: das 160 edições do tradicional gibi, vinte ficaram com eles (em segundo lugar, bem distante, vem o Superpateta, com treze).



...E a última, de abril de 1993: nenhum personagem ganhou mais edições desse título do que eles. Uma curiosidade acerca dessas duas revistas, a primeira e a última, é que suas HQs jamais foram republicadas no Brasil


Lugar de honra merecem Vovô, Vovó e Mamãe Metralha. O vovô foi criado por Barks no final da década de 1950 para a excepcional O Poço de Dinheiro. O veterano vilão ainda hoje apronta das suas, tendo já co-estrelado centenas de HQs com os netos. A vovó estreou numa gag de 1967, desenhada por Tony Strobl, e eventualmente ainda aparece em produções dinamarquesas e holandesas. Por fim, Mamãe Metralha. Surgida no seriado animado DuckTales (1987-1990), a personagem foi parar nos quadrinhos dedicados à série em seguida.


Sabemos que o 176-176 (acima) é o Metralha Intelectual, certo? Então quem é esse impostor aí de baixo?


Bem, na verdade o Intelectual apareceu em 1967, em The Crown Jewel Job, na revista THE BEAGLE BOYS AND THE BEAGLE BRATS (acima, espancando o Azarado, temos um desenho de Verci de Mello). O tal "impostor", de fato, foi desenhado dez anos antes por Carl Barks, em O Poço do Dinheiro



MÃE, TIA OU AVÓ?!


Acima, Mamãe Metralha. Surgida na animação DuckTales, foi parar nos quadrinhos, como na HQ americana Uma Aventura no Passado



Vovó Metralha, acima, como vista na HQ dinamarquesa O Presente da Vovó. Mas a personagem tem ao menos duas outras diferentes feições, a depender do país de produção e artista. Sua primeira aparição foi numa gag desenhada por Tony Strobl, publicada em 1967


E, enfim, a Titia Metralha. Mostrada acima na HQ brasileira Uma Dama, Sempre. Titia surgiu no início dos anos 1960, pelas mãos de Tony Strobl. Mas ganhou destaque, mesmo, foi nas HQs brasileiras desde os anos 1970, por Saidenberg & Herrero (e outros, depois)


Aqui começa a confusão: a figura acima é a mesma Mamãe Metralha de DuckTales. Contudo, a tradução desta HQ americana a identifica equivocadamente como Vovó em Usando a Cabeça do Pardal



Poucos anos depois, a HQ brasileira Parabéns pra Vovó cometeria o mesmo erro de personagem, chamando de avó a Mamãe Metralha (e olhe que ela havia até tingido o cabelo!)



Outra HQ americana da fase DuckTales, Um Brilhante Nada Falso, novamente traduziu incorretamente a personagem: aqui, Mamãe virou Titia (menos mal...). A Mamãe Metralha, vale o registro, ganhou um visual totalmente diferente desse aí numa gag holandesa publicada neste ano

18 comentários:

  1. Show de matéria pessoal do Planeta...adoro HQs dos Metralhas e em especial versos o Tio!:D

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  2. Outra excelente postagem, que merece ser lida e guardada. Os Metralhas são um exemplo de personagens que envelheceram bem nos quadrinhos Disney. Tanto isso é verdade, que suas hqs despertam o interesse da grande maioria dos leitores, sejam jovens ou veteranos. Gostaria muito de ver Os Metralhas e outros personagens dos anos 70 e 80 numa coleção no estilo PFH e CLD. Poderíamos ter uma coleção somente de hqs código B... seria legal. Abs. Paulo.

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  3. Esta matéria já está nos meus Favoritos. Parabéns Planeta. E um obrigado aos Irmãos Metralhas por no proporcionarem tantas risadas. Eu acho que vou mandar um e-mail pra Abril pedindo a republicação de Esse Instinto Maternal. Essa história é de rachar o bico. Vale a pena ler de novo.

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  4. Uai! Cade as promoções que foram anunciadas no twitter???

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  5. Excelente matéria! Personagens incríveis, sem dúvida.

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  6. Fabiano.

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  7. Parabéns pela matéria. A Abril poderia publicar uma edição especial dos Metralhas nos moldes que eles fizeram nesse mês com os Escoteiros-Mirins.

    Só uma dúvida: lembro de um outro Metralha que não foi citado na matéria, e que aparecia principalmente em histórias italianas: o Veterano. Nunca soube como ele se encaixava na família dos Metralhas, se era algum tio ou primo mais velho... alguém sabe?

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  8. Que matéria bacana! Parabéns pessoal do Planeta Gibi. Vou procurar um jeito de salvar essa página como pdf para quardá-la.

    Teve uma história muito legal que o Don Rosa fez com os Metralhas só não me lembro do nome.

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  9. Eu só acho uma maldade quando comparam os petistas com os Metralhas, afinal os Metralhas estão sempre sendo mandados para cadeia enquanto que os petralhas não são incomodados pela Justiça. :)

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  10. Mais uma matéria brilhante! Vcs estão de parabéns! De novo!

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  11. Ricardo, você tem razão: qual o parentesco do Veterano? Eu, quando criança, pensava que ele era o avô na versão italiana.
    Seu Luiz, concordo contigo. Comparar petista e Metralhas é uma terrível ofensa ao querido trio de Patópolis.

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  12. Obrigado por informar, é que não vi a promoção em canto algum do site e nem da loja. Sou meio descuidado.

    Obrigado, até quando vai a promoção?

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  13. Vc não viu pq a gente se esqueceu de fazer um banner pra isso! Foi uma coisa primeiro pra rolar no Twitter. Mas assim que terminarmos de editar a entrevista do sábado, daremos mais atenção às promoções, ok? Essa do frete vai até sexta 28. Faremos sorteios e outras coisinhas pelo Twitter, também.
    Grande abraço.

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  14. Adoro os Metralhas.

    Mas, mais um almanaque? não dá né?

    eu tiraria o Almanque da Mergarida, do Zé Carioca, do Pateta, Herós e do Zé Carioca e colocaria, almanaque do superpato e do Urtigão, aí sim, colocaria um dos vilões.

    Achei intererssante a parte das confusões de tia, maé e avó. Esse pessoal da epoca não assistiam o ducktales? ou eram desatentos mesmo! e
    E alqguem sabe quem são os pais dos metralhinas?

    como disse outro dia... eu sinto falta deste tipo de post neste maravilhoso espaço.
    O blog universo dsieny está fazendo um trabalho que vcs pararam.
    Otima iniciativa dele, ele só peca na qualidade do textos e nos assuntos as vezes nada a ver.

    Mas é um saudosista, como eu.

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  15. Sensacional, Por que a Abril não brinda seus leitores com um almanaque dos Metralhas?
    Não gosto muito dos Metralhas do Duck Tales, prefiro aquela fase que tinha o Azarado, O intelectual, o Cientista, o Vovô, e os Metralhinhas.

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  16. O Patacôncio e a Patalógika também completarão 50 anos de existência em dezembro próximo. Vocês bem que podiam esmiuçar a trajetória deles nas hqs pra gente. Vai ser um show! E não custa nada, né?

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  17. Essa Edição de Luxo "Metralhas na História" é a melhor revista da minha coleção. Sou fã do humor da dupla Saidenberg/Herrero.

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