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20 de outubro de 2011

PATETA FAZ HISTÓRIA #12 — out/11

Por E. Rodrigues & Rivaldo Ribeiro

Pateta como o Homem Invisível traz elementos tanto do romance de H. G. Wells como do filme clássico da Universal nele inspirado. O estado de invisibilidade de Pateta proporciona toda sorte de piadas. Hilário. Já em Ascensão e Queda do Império Romano tem-se a árdua tarefa de sintetizar em 44 páginas os seis célebres volumes lançados por Edward Gibbons no século XVIII. Curiosamente, quase todos os personagens dessa sátira têm as feições de Pateta — como nos acostumamos a ver nos cartoons do personagem, por sinal.


PATETA FAZ HISTÓRIA como O Homem Invisível
Por Planeta Gibi. Os aspectos sombrios e violentos de O Homem Invisível, um dos livros clássicos de H. G. Wells, são substituídos em nosso próximo episódio de Pateta Faz História por toda a sorte de piadas visuais e verbais que o estado de invisibilidade do protagonista consegue proporcionar.

Assim como no livro, a HQ começa em meio a uma tempestade de neve, quando uma enigmática figura chega para se hospedar numa pousada. Saberemos depois que se trata do físico Jack Griffin, vivido aqui por Pateta, cujos experimentos científicos tornaram-no total e irreversivelmente invisível.

A quantidade de brincadeiras com a condição de Pateta ainda é maior após seu encontro com Mickey (no papel de Dr. Kemp, um velho companheiro de faculdade). No livro, Griffin pede muita comida ao colega, pois está faminto. Na HQ também, contudo eles decidem fazer uma refeição num restaurante próximo, para deleite do leitor e desespero do pobre garçom. Imagine a confusão que um homem invisível pode causar numa situação dessas, ainda mais se a figura em questão for o atrapalhado Pateta!

Enquanto o Homem Invisível do livro vê no colega um possível aliado para seu plano de domínio e terror, na HQ Pateta busca a ajuda de Mickey para recuperar sua visibilidade. A inspiração visual da HQ vem do longa-metragem O Homem Invisível (de James Whale, 1933). O filme, um dos clássicos de horror e ficção científica da Universal, fornece muitos elementos aos quadrinhos, como as características dos proprietários da pousada (notadamente o histrionismo da mulher), a indumentária de Pateta e a figura do policial, atônito com a inacreditável ocorrência. A célebre e melancólica sequência derradeira do filme, quando se pode finalmente enxergar o rosto do protagonista, é de certa forma homenageada nos quadrinhos.

Pateta Invisível foi publicada uma única vez no Brasil, há quase 30 anos, numa edição extemporânea da primeira coleção dedicada a Pateta Faz História. A Editora Abril havia divulgado uma série com cinco edições mensais. Alguns meses após seu término, no entanto, resolveu-se lançar um volume extra, justamente contendo essa HQ e também Pateta Ulisses. A então popularidade da criação de H. G. Wells certamente influenciou a decisão da editora, já que o livro O Homem Invisível havia inspirado dois seriados americanos (The Invisible Man e Gemini Man), cujos 23 episódios produzidos em meados da década de 1970 acabaram exibidos (e incansavelmente reprisados) por mais de quatro anos seguidos em algumas emissoras brasileiras de televisão.

PATETA FAZ HISTÓRIA como O Homem Invisível
Roteiro: Greg Crosby
Desenhos: Hector Adolfo de Urtiága e Horácio Saavedra
Arte-Final: Carlos Valenti e Adalberto Rubén Torreiro
Publicada primeiro em 1981


PATETA FAZ HISTÓRIA na Ascensão e Queda do Império Romano
Por Planeta Gibi. Neste episódio, Pateta vive o historiador inglês Edward Gibbon, que de 1776 a 1788 publicou os seis volumes de A História do Declínio e Queda do Império Romano. De cara, o notório rigor que Gibbon dedicou ao apuro de informações para sua obra é destroçado por Edu Pateta Gibão, que decide escrever sobre a Antiguidade e, após declaração empolada, rabisca meia página em menos de cinco minutos! Pateta Gibão demonstra absurdamente que o expansionismo romano foi motivado pela busca de um cardápio decente. Assim, a cada conquista o leitor é apresentado a pratos dos mais exóticos, como cinto de couro azedo e doce de orelha de tatu.


Figuras mitológicas e históricas vão se enfileirando, partindo da lenda do Cavalo de Troia, vivida por Eneias, ascendente dos gêmeos Rômulo e Remo, criados por uma loba quando bebês (Rômulo, mais tarde, fundaria Roma). No terreno mais firme da História, a HQ relata ligeiramente a invasão dos povos germânicos e dos hunos, que acabou por acelerar a decadência do Império Romano do Ocidente, tomando Roma e determinando a transferência da capital do Império para Constantinopla.

Chegamos, portanto, ao marco inicial da Idade Média. Pateta, agora como o imperador bizantino Justiniano I, decide que não mais correrão riscos na busca de um menu perfeito, e passa a enviar mercadores e embaixadores mundo afora nessa tarefa.

Um novo salto temporal e estamos na Idade Moderna, de volta à Europa. A HQ revisita alguns personagens já vividos nesta coleção, atribuindo-lhes novas piadas e a responsabilidade, afinal, por uma comida palatável. Assim, Marco Polo (agora encarnado por Pateta) traz o macarrão da China, enquanto que Pateta Colombo providencia os tomates para o molho. Já Pateta Da Vinci incrementa com a salada e a pasta de anchovas.

Também curiosa é a piada recorrente com a palavra atribuída ao grego Arquimedes, “eureka”: o roteirista, americano, certamente brinca com o fato de haver, somente nos Estados Unidos, uma dezena de cidades com esse nome.

À parte raríssimas exceções, todos os personagens da HQ são clones de Pateta, causando o efeito similar a que nos acostumamos ver nos cartoons clássicos do personagem, um recurso usado para reforçar a imagem de mentalidade e ideais comuns a um mesmo grupo.

PATETA FAZ HISTÓRIA no Declínio e Queda do Império Romano
Roteiro: Tom Yakutis
Desenhos: Anibal Uzál e Hector Adolfo de Urtiága
Arte-Final: Adalberto Rubén Torreiro
Publicada primeiro em 1983

Editora Abril, coleção em 20 volumes semanais, 100 páginas cor, formato 14,7 x 20,7 cm, R$ 9,95
Editor: Paulo Maffia
Biografias: Júlio de Andrade, Filho
Introduções das HQs: Rivaldo Ribeiro








JOGO DOS 7 ERROS








O Homem Invisível (Universal Pictures, 1933) X Pateta como O Homem Invisível

2 comentários:

  1. Louquinho para ler essa entrevista e parabens pelos cinco anos pessoal do Planeta!:D

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  2. Estranho. Não encontrei esta edição ainda nas bancas. Já saiu?

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