Mickey Versus João Bafo-de-Onça
Por José Rivaldo Ribeiro. Um dos mais antigos embates de
todo o mundo dos quadrinhos não
poderia faltar nesta coleção de temas
essenciais das HQs Disney. Foi incompatibilidade
à primeira vista: Mickey e
Bafo já se estranharam logo na estreia
do camundongo em O Vapor Willie, animação
de 1928.
O que poucos sabem é que a criação do vilão, dono de uma das mais reconhecíveis risadas dos gibis (Huá! Huá! Huá!), precede a do próprio Mickey. Bafo surgiu em fevereiro de 1925 no misto de animação e filme de curta metragem Alice Solves the Puzzle. Nos vários cartoons e inúmeras HQs que se seguiram, o personagem sofreu mudanças físicas e de personalidade.
De início, Bafo portava-se mais como um atazanador da paciência alheia do que como um bandido propriamente. Sua aparência era semelhante à de um urso e só quando começou a contracenar com Mickey é que tomou as feições de um gato.
Outra característica marcante do Bafo em seus primeiros tempos era sua perna-de-pau, que em alguns desenhos era simplesmente esquecida. Disney parece ter dado um basta a ela após uma evidente desatenção dos artistas no curta A Oficina Mecânica do Mickey, de 1935. Ali, a perna-de-pau aparecia ora do lado esquerdo, ora do lado direito. Talvez para evitar novas gafes, foi a última vez que o acessório apareceu numa animação. Nos quadrinhos, perdurou por mais alguns anos, até que um dia Mickey topou com o vilão e estranhou a ausência da perna-de-pau. Questionado, Bafo explicou que havia colocado uma prótese mais moderna. A partir de então, não se tocaria mais no assunto.
Nas primeiras HQs publicadas no Brasil, o personagem foi chamado de Pete. Somente em meados da década de 1950 é que foi rebatizado de João Bafo-de-Onça. É bem provável que seu nome em inglês durante a fase dos cartoons do Coelho Osvaldo, “Putrid Pete” (algo como Pedro Podre), tenha influenciado na escolha de Bafo-de-Onça pelos tradutores.
Bafo foi figura recorrente nas grandes aventuras detetivescas de Mickey produzidas por Paul Murry (1911-1989) na década de 1960. Muitas vezes ladeado pelo capanga Escovinha, o gatuno passou a se superar em delitos.
Já nas produções italianas ele foi se tornando um “homem de família”. Em 1960, ganhou a companhia de Tudinha, criação de Romano Scarpa (1927-2005), que, de amiga de infância, acabou virando sua esposa e parceira na vida de crimes. Outros parentes vieram no rastro, como os sobrinhos Bafito e Bafildo — que por sinal estão na HQ que abre este volume.
Nem sempre Bafo é retratado como um fora-da-lei. Isso remete não só às suas origens cartunescas, mas também à sua participação no desenho A Turma do Pateta (1992-1993), no qual é apenas um vizinho mal-humorado.
Personagem versátil, Bafo pode ir da máxima felicidade à extrema irritação em menos de três quadrinhos. Emotivo, é capaz até de abraçar efusivamente o Mickey, comprovando que, nos quadrinhos, assim como na vida, o pior inimigo pode eventualmente se tornar o maior amigo.
O que poucos sabem é que a criação do vilão, dono de uma das mais reconhecíveis risadas dos gibis (Huá! Huá! Huá!), precede a do próprio Mickey. Bafo surgiu em fevereiro de 1925 no misto de animação e filme de curta metragem Alice Solves the Puzzle. Nos vários cartoons e inúmeras HQs que se seguiram, o personagem sofreu mudanças físicas e de personalidade.
De início, Bafo portava-se mais como um atazanador da paciência alheia do que como um bandido propriamente. Sua aparência era semelhante à de um urso e só quando começou a contracenar com Mickey é que tomou as feições de um gato.
Outra característica marcante do Bafo em seus primeiros tempos era sua perna-de-pau, que em alguns desenhos era simplesmente esquecida. Disney parece ter dado um basta a ela após uma evidente desatenção dos artistas no curta A Oficina Mecânica do Mickey, de 1935. Ali, a perna-de-pau aparecia ora do lado esquerdo, ora do lado direito. Talvez para evitar novas gafes, foi a última vez que o acessório apareceu numa animação. Nos quadrinhos, perdurou por mais alguns anos, até que um dia Mickey topou com o vilão e estranhou a ausência da perna-de-pau. Questionado, Bafo explicou que havia colocado uma prótese mais moderna. A partir de então, não se tocaria mais no assunto.
Nas primeiras HQs publicadas no Brasil, o personagem foi chamado de Pete. Somente em meados da década de 1950 é que foi rebatizado de João Bafo-de-Onça. É bem provável que seu nome em inglês durante a fase dos cartoons do Coelho Osvaldo, “Putrid Pete” (algo como Pedro Podre), tenha influenciado na escolha de Bafo-de-Onça pelos tradutores.
Bafo foi figura recorrente nas grandes aventuras detetivescas de Mickey produzidas por Paul Murry (1911-1989) na década de 1960. Muitas vezes ladeado pelo capanga Escovinha, o gatuno passou a se superar em delitos.
Já nas produções italianas ele foi se tornando um “homem de família”. Em 1960, ganhou a companhia de Tudinha, criação de Romano Scarpa (1927-2005), que, de amiga de infância, acabou virando sua esposa e parceira na vida de crimes. Outros parentes vieram no rastro, como os sobrinhos Bafito e Bafildo — que por sinal estão na HQ que abre este volume.
Nem sempre Bafo é retratado como um fora-da-lei. Isso remete não só às suas origens cartunescas, mas também à sua participação no desenho A Turma do Pateta (1992-1993), no qual é apenas um vizinho mal-humorado.
Personagem versátil, Bafo pode ir da máxima felicidade à extrema irritação em menos de três quadrinhos. Emotivo, é capaz até de abraçar efusivamente o Mickey, comprovando que, nos quadrinhos, assim como na vida, o pior inimigo pode eventualmente se tornar o maior amigo.
Um Favorzinho de Nada
Roteiro: Carlo Panaro
Desenhos: Corrado Mastantuono
Produzida em novembro 1991
Nesta trama, Bafo leva a pior e sai de cena logo nos primeiros quadrinhos, já que as estrelas desta aventura hilariante são seus sobrinhos gêmeos Bafito e Bafildo. Com o bandido preso, os meninos ficam hospedados na casa do Mickey. O camundongo não tardará a constatar que o trabalho da polícia é moleza, comparado a servir de babá para os dois pestinhas. Pobre Mickey!
A Lira de Orfeu
Roteiro: Carlo Panaro
Desenhos: Valerio Held
Produzida em fevereiro 2002
Mickey e Pateta estão na Grécia fotografando peças e construções antigas para uma reportagem e, quem sabe, fazer algum turismo. Mas a fama deles ultrapassou fronteiras e logo a dupla é reconhecida por um cientista local que pesquisa e busca a lendária Lira de Orfeu. Não tarda, o faro e a esperteza de Mickey mostram-se mais apurados do que nunca levando-os a uma importante descoberta. O que ninguém imaginava era que o bandido (e azarado) Bafo estaria à espreita para cometer suas vilanias.
O Ladrão que Não Podia Ser Detido
Roteiro: Ennio Missaglia
Desenhos: Onofrio Bramante
Produzida em novembro 1962
Roubos misteriosos assolam a cidade de Patópolis. Bafo é o suspeito número um, já que sua silhueta tem sempre sido vista fugindo das cenas dos crimes. Mas desta vez o bandido apresenta um álibi irrefutável: está internado numa clínica e tem provas de que não saiu de lá. Agora Mickey precisa desvendar esse mistério, que desafia a atenção até do leitor mais atento.
Editora Abril, coleção em 20 volumes semanais, 100 páginas cor, formato 14,7 x 20,7 cm, R$ 10,00
Editor: Paulo Maffia
Introduções das HQs: Júlio de Andrade, Filho / Rivaldo Ribeiro
Desde
que surgiram, nos anos 1930, os quadrinhos Disney foram sendo
construídos com personagens e situações marcantes que imprimiram
lembranças indeléveis em nossa memória. Formou-se em torno de cada um
deles – Mickey, Donald, Patinhas e tantos outros – uma mitologia tão
rica e complexa que ela passou a ser automaticamente reconhecida aos
olhos do mundo. Com o passar do tempo, tornou-se desnecessário explicar a
quem quer que fosse que Mickey namora a Minnie, que seu melhor amigo é o
Pateta e que ele tem embates colossais com dois vilões que amamos
odiar: Mancha Negra e João Bafo-de-Onça. Igualmente dispensável
tornou-se apresentar Donald – sujeito irritado, azarado, que não
consegue manter um emprego – ou o Tio Patinhas, sempre acossado pelos
terríveis Irmãos Metralha, pelo milionário rival Patacôncio e,
principalmente, pela Maga Patalójika, determinada a roubar a primeira
moeda do velho muquirana para fazer com ela um amuleto e transformar-se
assim na bruxa mais poderosa do mundo.
Nesta nova grande coleção da Editora Abril, reunimos os assuntos
prediletos que orbitam o universo Disney. Assim, ao se deparar com
títulos como Tio Patinhas versus Maga Patalójika, Os Problemas Domésticos do Pateta e Os Infinitos Azares do Pato Donald,
você sabe exatamente o que esperar: histórias que mostram a natureza
dos personagens, os hábitos, o comportamento recorrente, as brigas, as
rixas, os desafios, os laços de família e amizade. A cada volume, um
novo tema. Em cada tema, uma formidável compilação de histórias em
quadrinhos, clássicas e inéditas, que, acreditamos, serão tão preciosas
para você quanto a Número Um é para o Tio Patinhas ou o 313 para o Pato
Donald. Mais que preciosas, essenciais.
A COLEÇÃO:
#1 — 9/mar: Tio Patinhas
Versus
Maga Patalójika
#2 — 9/mar: Donald
e seus Sobrinhos
#3 — 16/mar: Os Problemas Domésticos do
Pateta
#4 — 23/mar: Tio Patinhas
e a
Moeda Número Um
#5
— 30/mar: Mickey e Minnie
#6 — 6/abr: Donald e seus Primos
#7 — 13/abr: Mickey
Versus
Mancha Negra
#8 — 20/abr: As Grandes Aventuras do
Superpateta
#9 — 27/abr: Tio Patinhas Versus
Irmãos Metralha
#10 — 4/mai: Mickey Versus
João Bafo-de-Onça
#11 — 11/mai: Donald e Margarida
#12 — 18/mai: Os Passatempos Malucos do
Pateta
#13 — 25/mai: As Grandes Viagens do
Tio Patinhas
#14 — 1/jun: Mickey e Pluto
#15 — 8/jun: Os Infinitos Azares do
Pato Donald
#16 — 15/jun: Pateta
e seus Antepassados
#17 — 22/jun: Tio Patinhas
Versus
Patacôncio
#18 — 29/jun: Donald
e
seu Carro 313
#19 — 6/jul: O Detetive
Mickey
#20 — 13/jul: Donald
e seus Empregos que Não Duram
Eu tenho essa HQ com os sobrinhos do Bafo, saiu numa edição do Mickey em 1997. Eu gosto bastante dela, que também é a estréia dos personagens no universo Disney.
ResponderExcluirEu já me habituei com o Bafo como antagonista, mas não como um vilão mortal ou inflexivel. Gosto dessa faceta de que um personagem nem sempre é só mal, que só possui um único lado. O Bafo ficou mais humano, mais real depois que ganhou a Tudinha, seus sobrinhos e começou a passar a impressão de que nem sempre ele precisa ser um vilão.
Ele ainda tem seus golpes, seus assaltos, ainda vive preso e escapando da prisão, mas também tem emoções, tambem se preocupa, também gostaria de uma vida melhor.
O Bafo tem camadas dentro de sua propria personalidade e acho muito legal quando a Disney Itália explora isso. Ele deixou de ser apenas um personagem vilão figurante para ser algo mais complexo. Há tramas que você não consegue conduzir uma narrativa se não for com o Bafo dos dias de hoje, enquanto o Bafo do passado vc poderia trocar por qualquer vilão generico que ninguem notaria.
dahora o seu texto
ExcluirO Bafo dos dias atuais é um personagem com mais facetas. Mas o lado família é mais interessante e elaborado na versão Turma do Pateta, com a Peg e o casal de filhos Pistol e PJ. Essa Tudinha é totalmente sem graça. Não é à toa que tem esse nome de dona de casa.
ResponderExcluirAqui em TERESINA - PI ainda não chegou nem o númenro um....
ResponderExcluirLegal ver essa retrospectiva do Bafo no texto do Rivaldo. Esta curiosidade da perna-de-pau (ora de um lado, ora de outro) foi um achado e deixa a edição com maior requinte nos detalhes. O Bafo é um vilão interessante na medida que ele pode ser adaptado para diferentes roteiros, de terra mar e ar. Seja em lugares exóticos como nas remotas ilhas do pacífico ou simplesmente "afanando" a grana do asilo de velhinhas em Patópolis, o Bafo sempre apronta. E uma coisa que acho legal nele, é que ele é um vilão do tipo que "amarra" (literalmente, de amarrar com cordas mesmo), o Mickey e deixa preso num galpão, na floresta ou numa cabana, o que dá a chance do Mickey sempre se safar. As hqs com o Escovinha são sempre legais. Atualmente na fase Disney Itália temos este lado "bom ladrão" do Bafo, mas o seu mau caráter predomina o lado bonachão do personagem e ele quase sempre escolhe o mau caminho. Nos quadrinhos Disney, o Bafo é o que mais se parece com um gangster dos anos 20, gosto quando os roteiros pendem pra este lado, mesmo sendo apenas circunstancialmente. Outra edição imperdível da Essencial Disney, que passado o impacto inicial vem se firmando e mostrando a que veio.
ResponderExcluirUm complementozinho ao texto do rivaldo:
ResponderExcluirhttp://www.esquiloscans.com.br/index1.php?a=3&&pers=Jo%C3%A3o%20Bafo%20de%20On%C3%A7a&&f=1
Ou..
ResponderExcluirhttp://hqsdisney.blogspot.com.br/2010/11/grandes-personagens-disney-joao-bafo-de_18.html
prefiro o Bafo com o visual: perna-de-pau....
ResponderExcluiré um absurdo terem acabado com isso devido à falta de atenção dos artistas!!!
seria o mesmo q a Marvel fazer o Nick Fury adotar uma prótese no olho só pros artistas descuidados pararem de trocar o tapa-olho de lugar no rosto dele!!!
sem cabimento....
PS: em algumas HQs da coleção CLD o Bafo aparece com perna-de-pau!!!
mudando o foco do post, tem previsao do lançamento do historia de patopolis?
ResponderExcluirDeve ser muito bacana essa HQ: 'O Ladrão que Não Podia Ser Detido'...por enquanto que a coleção não chega por aqui(esperando/estado setorizado)...fico só babando!:(
ResponderExcluirA História de Patópolis já saiu! E o estoque da loja virtual do Planeta Gibi já foi reposto.
ResponderExcluirAbs.