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8 de agosto de 2011

ZÉ CARIOCA #2362 e 2363 — ago e set/11

Por E. Rodrigues & Rivaldo Ribeiro

Em ZÉ CARIOCA de agosto, Robozé contra-ataca a Anacozeca (a origem dessa identidade, bem, secreta do papagaio estará em seu ALMANAQUE #3, que sai em duas semanas). E ainda: Urtigão, Morcego Vermelho, Comando Laser... Em setembro, uma raridade: pela primeira vez será republicada essa aventura de Robinzé Crusoé, de 1970. E continua o resgate de clássicos do Morcego Vermelho, dessa vez extraído de uma EDIÇÃO EXTRA de 1980. Veja muito mais.


AGOSTO
ZÉ CARIOCA #2362
A revista do papagaio segue com excelente seleção de histórias. Começa com Disfarce Bom Demais, onde Robozé, outra identidade nada secreta do papagaio, tenta dar um chapéu na Anacozeca. Robozé surgiu o final de 1993, com trama de Carlos Edgard Herrero, roteiro de Arthur Faria Jr. e desenhos e Aluir Amâncio. Essa aqui é a segunda de suas quatro HQs produzidas. Sua origem poderá ser vista ainda neste mês, em ALMANAQUE DO ZÉ CARIOCA #3 (uma edição dedicada à Anacozeca).

Outro destaque desta edição é o Morcego Vermelho, que encontrou espaço cativo neste título. Caça ao Morcego (Oscar Kern & Herrero) é uma daquelas raridades da produção brasileira: só havia sido publicada uma única vez e há quase 40 anos (em TIO PATINHAS #109, uma daquelas míticas edições que trouxe capítulo da História e Glória da Dinastia Pato).

E ainda: Urtigão e Cão numa HQ publicada antes há 25 anos... Ameaça Espacial, mais um episódio da série Comando Laser...  E mais duas histórias com o Zé, numa sequência divertida: primeiro, ele tenta filar o café da manhã na vizinhança (desenhos de Roberto Fukue, 1982); depois, tentando ganhar o almoço (desenho de Eli Leon, 1988).

OS RIVAIS DO ZÉ CARIOCA
Dívidas e cobradores não são os principais causadores de preocupações para o malandro Zé Carioca. Já em sua primeira aparição nas tiras de jornais norte-americanos, na década de 1940, o papagaio apaixonou-se por Rosinha e sentiu o amargo sabor do ciúme: de cara, teve que superar Luís Carlos, então namorado dela. No Brasil, o episódio pode ser visto em ZÉ CARIOCA #705, de 11/mai/65.

O personagem passou um bom tempo sumido, até retornar pelas mãos da dupla brasileira Ivan Saidenberg e Carlos Edgard Herrero, em A Volta de Luís Carlos (ZC #1341, de 22/jul/77). O cara é bem folgado e se aproveita da amizade com Rosinha para aborrecer o Zé — que nos anos 1980 ainda teve que aturá-lo mais meia dúzia de vezes, também em produções brasileiras.

Na década de 1960, Rosinha parecia meio fútil e interesseira. Não dava tanta importância ao namoro com Zé (chegou a apresentá-lo como amigo!). Às vezes, Rosinha nem notou as segundas intenções de alguns rapazes. Noutras, propositalmente provocou ciúme. Impressionante foi vê-la maltratando o Zé e saindo de mãos dadas com Henrique Tonelada, em ZC #499 (O Super-Super, de Jorge Kato, em 30/mai/61). Na época, o namoro deles ainda não estava firme.

Muitos interessados e paqueradores apareceram ao longo do tempo. Alguns nem sequer tiveram seus nomes citados. Seja como for, para alívio do nosso papagaio, a grande maioria desses gaviões apareceu só uma ou duas vezes. Como Baitazar (isso mesmo!), um jogador de futebol metido a conquistador que apareceu na década de 1950 pelas mãos do argentino Luís Destuet (na segunda HQ Disney produzida para o Brasil, publicada em O PATO DONALD #167, 18/jan/55), e João Gavião (em ZC #1297 e 1333, meados da década de 1970), criação de Canini que descaradamente tentou roubar Rosinha do Zé e criar confusão.

A partir dos anos 1980, Rosinha aparece mais madura, mas também mais apaixonada e mais ciumenta. Foi quando surgiu Galdino José, de alcunha Zé Galo. Suas intervenções, sempre demonstrando uma ponta de inveja e infernizando a vida do casal, acabam unindo-os ainda mais. Zé Galo foi criado pelos Estúdios Abril no início dos anos 1980, provavelmente pelo mesmo Saidenberg que trouxe Luís Carlos de volta. Sua estreia, em ZC #1635 (4/mar/83), foi previamente anunciada nos gibis do Zé. E apesar de fazer o tipo de playboy, invariavelmente leva a pior ao ser confrontado pela astúcia do papagaio.



SETEMBRO
ZÉ CARIOCA #2363
Seis histórias nesta edição. Robinzé Crusoé e o Encontro com os Kospebrasa, de Herrero, é uma raridade de 1970 nunca antes republicada. O perspicaz Morcego Vermelho comparece com O Crime Dental (Gérson Teixeira & Irineu Rodrigues, 1980), vista antes somente em EDIÇÃO EXTRA #110. Mais um episódio de Comando Laser, O Ninho (Roberto Fukue, 1987) e Cometa de Araque (Arthur Faria Jr. & Luiz Podavin), de 1997, ganham sua primeira republicação no Brasil.  Por fim, mais duas HQs do papagaio: Quem Siri Por Último... (da dupla Saidenberg & Herrero, 1978) e Sabe que Você me Deu uma Boa Ideia? (roteiro de Marcelo Aragão, 1981).

PRIMEIRO(S) ENCONTRO(S) DE ZÉ COM ROSINHA
Há pelo menos três versões diferentes para o primeiro encontro entre Zé Carioca e Rosinha.

A primeira delas ocorreu em 1942, logo na estreia do Zé nos quadrinhos (em 48 páginas dominicais de jornais americanos, com roteiro de Hubie Karp e desenhos de Bob Grant e Paul Murry). No Brasil, parte desse material foi compilado na HQ Como Conquistei o meu Grande Amor (ZÉ CARIOCA #705, mai/65), onde o malandro fica caidinho por Rosinha assim que vê. E apesar de literalmente correr para se apresentar, logo vê que a moça já é comprometida (com Luiz Carlos).

Uma curiosidade: naquele mesmo ano de 1942, Carl Buettner produziu Zé Carioca Rei do Carnaval (para o gibi WALT DISNEY'S COMICS AND STORIES #27). Nela, o papagaio conhece uma dançarina que nos parece uma cópia fiel de Rosinha. Essa mesma HQ marcou a estreia do papagaio em quadrinhos no Brasil, em O PATO DONALD #8 (fev/51). Coincidência ou não, tanto aqui quanto naquelas páginas dominicais de 1942, Rosinha é artista e é vista por Zé Carioca antes num recorte de jornal.

Já os quadrinhos brasileiros recontaram esse primeiro encontro em duas outras ocasiões. Primeiro, em Um Papagaio das Arábias, de Jorge Kato, em PD #440 (abr/60), onde se conhecem por acaso e acabam se apaixonando.

Muito depois, ...Acende a Fogueira do meu Coração, de Euclides Miyaura, em ZC #1831 (jun/88), mostrou Zé e Rosinha ainda bem jovens se conhecendo numa festa junina. Daquela vez não houve espaço para cupido nem olhares doces: o casal brigou assim que se conheceu. Mas renderam-se em seguida à paixão.

Seja qual for a versão, o que esses primeiro encontros têm em comum é a presença de Rocha Vaz e o desentendimento mútuo entre futuro genro e sogro.


Editora Abril, revista mensal, ano LI, 52 páginas cor, formato 13,4 x 19 cm, R$ 2,95
Editor: Paulo Maffia
Indexação: Inducks


2 comentários:

  1. E os almanaques do Tio Patinhas,Pato Donald,Mickey e Zé Carioca o que vamos ter???E a revista do Tio patinhas o que vamos ter em Setembro?

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  2. Como sempre o gibi do Ze está imperdivel.
    Raridades escondidas há decadas novamente publicadas. Danem-se os ranzizas que não gostam dos clássicos. Nota 10 para as historias do Morcego e do Robinze Cruzoe.
    XD

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