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11 de junho de 2023

Uma revolução iniciada com o "segundo escalão"

Quando a Abril decidiu expandir sua linha editorial de quadrinhos para os gibis de super-heróis, em jun/1979, os leitores acostumados com as publicações Disney e demais linhas infantojuvenis não imaginavam a revolução que estava por vir. Aliás, provavelmente nem a própria editora imaginava.    

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Há 44 anos era assim anunciada a estreia de CAPITÃO AMÉRICA (e dos quadrinhos Marvel e, de resto, dos quadrinhos de super-heróis) na Editora Abril, que revolucionaria o mercado de HQs no país.

O lançamento era inusitado porque, primeiro, a árvore da Abril nunca havia estampado a capa de um gibi de super-herói. Segundo, porque os direitos de publicação da Marvel no Brasil eram da arquirrival RGE, que naquela época punha nas bancas HOMEM-ARANHA e INCRÍVEL HULK, entre outros. 

Coube à Abril, assim, contentar-se com um então considerado "segundo escalão" da Marvel desprezado pela editora concorrente.

E a Abril soube aproveitar muito bem essa oportunidade. Quatro anos depois, obteria a preferência de publicação de todos os títulos Marvel. Numa situação ímpar, um gibi de super-herói teve pela primeira vez tiragem (auditada) equiparável a de títulos Disney, MÔNICA e LULUZINHA, pois HOMEM-ARANHA passou a atingir tiragens de 250 mil exemplares mensais, nada menos. 


Nos 22 anos de Marvel na Abril, mais de 2.300 edições de gibis periódicos e edições especiais chegaram às bancas, em títulos como HERÓIS DA TVSUPERAVENTURAS MARVEL e TEIA DO ARANHA, entre dezenas de outros, além de meia centena de minisséries, com destaque para o impressionante trabalho gráfico em MARVELS.

O sucesso da Marvel na Abril escancarou as portas para uma profusão de outras publicações, além de influenciar outras editoras. 


Em 1984, a arvorezinha passaria a estampar as capas de BATMANSUPER-HOMEM e HERÓIS EM AÇÃO, da DC Comics. A partir dali, dezenas de títulos e de minisséries da DC inundaram as bancas por muitos anos. Um colecionador (ou leitor dedicado) de Batman precisava abrir a carteira para dar conta de mais de 30 especiais e mais de 60 minisséries (algumas semanais!). 

A editora teve o privilégio de publicar, pela primeira vez no Brasil, obras influentes como CAVALEIRO DAS TREVASA PIADA MORTAL e WATCHMEN, nada menos.

Em 1988, outro marco: na esteira de todo esse sucesso, a Abril lançaria a série GRAPHIC NOVEL. Com qualidade gráfica que não se via em quadrinhos de bancas, a coleção abarcou estilos díspares, indo dos esperados heróis Marvel e DC a Will Eisner, Aragonés e Jano. 


A recepção às graphic novels foi tão boa que logo viriam outras duas séries: GRAPHIC MARVEL e GRAPHIC ÁLBUM. E gerou graphic novels até da Disney e dos Trapalhões. O mercado estava tão aquecido que havia espaço para todo mundo, todos os gêneros. Até o pessoal da Casseta & Planeta se aventurou a lançar uma minissérie, a BLACK KISS, por sua editora Toviassu. 

A Editora Globo, ainda em 1988, lançaria sua GRAPHIC GLOBO. No ano seguinte, iniciaria a saga depois cultuado SANDMAN e publicaria as minisséries V DE VINGANÇA e ORQUÍDEA NEGRA, entre outras. No final de 1990, a Globo colocaria nas bancas, pela primeira vez no Brasil, o mangá AKIRA.

Nos jornais, páginas semanais inteiras eram dedicadas aos lançamentos em quadrinhos — lançamentos nas bancas, bem entendido, e não nas livrarias, como hoje. E com distribuição nacional e preços acessíveis. Nelas, havia espaço tanto para falar de Batman como de um gibi da Margarida, numa pluralidade editorial nunca mais vista. 

Toda essa febre começou a ser debelada nos idos do Plano Collor. E baixou de vez entre 1993 e 1994, quando tirou-se o pé do acelerador e dezenas de títulos foram cancelados. Mas isso já é outro capítulo desta história.


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★ Fonte: Acervo e Banco de Dados Planeta Gibi.
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★ Publicado originalmente em 11/jun/2023.
★ Atualizado pela última vez em 11/jun/2023.
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